segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Raining on me.


Os olhos doem-me...

As lágrimas querem desesperadamente sair,
mas eu não quero deixa-las ir.
Pois quando as deixar rolar,
não sei se conseguirei parar.
Até ao derradeiro momento quero aguentar,
mas até lá o coração está paulatinamente a quebrar,
a mente por antecipação a latejar,
e só palavras toscas consigo rimar.

Vejo a depressão a aproximar,
o futuro incerto a chegar,
duas almas, uma vez unidas, a voar
com uma liberdade indesejada,
que forçosamente terão que aproveitar.
"A vida é injusta", já devia saber.
A frase mais cliché, mas tão verdadeira,
que surpreendentemente sempre nos faz sofrer.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Wait and see...


"Absence diminishes small loves and increases great ones, as the wind blows out the candle and blows up the bonfire."

Francois de la Rouchefoucauld

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

The unwanted end.


Existe tanto que gostaria de te dizer, que vai ficar por dizer.
Tantos momentos para partilhar, que vão ficar por viver.
Tanto, tanto que nem sei por onde começar.

Vivemos intensamente, mas acabamos tão precocemente.
Um fim não querido.
Mas exigido pelo destino, demolindo todos os nossos desejos.
Aproximou-nos, apaixonou-nos, juntou-nos...
E agora..
Ele mesmo nos separa.
Tem esse malfadado poder de ditar os começos e os fins.

Deveria eu ficar contente por ter acontecido?
O amor aconteceu-me.
Mas, em oposto ao cliché, não me alegra!
Sei que tal amor poderia ter continuado.
Poderia ter dado certo.
Poderia...
Mas não pode agora.
Porque após a tempestade e o pó assentar, eu e tu seremos pessoas diferentes,
com apenas uma historia em comum, que dificilmente se irá repetir.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Cold feet.


O tempo corre,
e eu não o consigo agarrar.
Quero pará-lo.
Quero tempo para pensar,
para me mentalizar
que a vida como a conheço
vai mudar de pernas para o ar.

A mudança assombra-me,
onde quer que vá.
Sem querer,
guardo os cheiros,
fotografo mentalmente
memorizo as vozes e o zunzum envolvente.
Beijo mais e abraço mais,
algumas vezes só em pensamento.

A estupidez preenche-me,
e não quero continuar.
Quero ficar para trás,
acomodar-me à vidinha conhecida,
que estou acostumada a levar.
Deixar os sonhos serem sonhos,
inconcretizaveis.

Estou cega pelo medo
e não consigo raciocinar.
Aprecio restituição de visão permanente,
muito brevemente.