sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Nada de nada


Escrevo sobre nada, mas até o nada é qualquer coisa...

Apetece-me escrever, mas falta o tema, falta a inspiração. Vontade tenho-a, mas sem assunto, ela não leva a lado algum.

Gosto do nada, do vazio, do oco, mas não gosto de escrever sobre isso...

Mas neste momento o nada enche-me a mente e não há nada que eu possa fazer...

Nada...

Nada...

Nada...

Nada peixinho pequenino no mar vazio dos teus ocos e vãos pensamentos.

Vida Inútil.


À janela, a fumar um cigarro vejo as pessoas a passar...

Atarefadas, nem me vêem! Olham-me, mas não me vêem... Eu vejo-as, também não tenho mais que fazer.

Escrevo para me manter ocupada, já que na minha vida, existe espaço a mais para o ócio.

Distraio-me com as formas que o fumo faz...

Ao invés de sentir energia, já que não a gasto, sinto-me cansada pois a inutilidade da minha vida cansa-me!

Rua pacata esta, sem grande actividade, apenas a deslocação dos atarefados... Sinto inveja dos atarefados que passam com um destino. Eu não tenho rumo, apenas sonho com um...

Quero voltar ao caos, aos horários a vida rotineira e stressante que levava. Porque a inutilidade da vida que levo cansa-me...

Vejo um pássaro a planar e até a ele o invejo, pois ele tem um destino.

Vejo as nuvens e também as invejo pois têm funções, estas estão ali por uma razão.

Eu não tenho um destino, rumo, não tenho funções e a razão pela qual aqui estou, ainda não foi por mim desvendada.

Deambulo pelo mundo observando-o, não fazendo parte dele.

Canso-me, até para escrever estas linhas me dá a preguiça, a minha grafia demonstra isso mesmo, desalinhada sem preocupação para se manter no mesmo espaço, tanto vai para cima como vai para baixo.... A minha mão é preguiçosa, pois a dona dela também o é.

Canso-me até de pensar...

Canso-me de ver o mundo em acção, por isso mesmo não faço parte dele.

Divido-me, não sei se cansa mais ser um mero espectador do teatro à minha volta, se um actor com um guião definido.